quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Inovação Tecnologica

O lado divertido da ciência

Começamos a semana falando de coisas insólitas, diferentes, realmente futurísticas, o que sempre nos faz elevar o olhar para a obra completa, para além daquilo que já está erguido, para o que está apenas projetado e mesmo para aquilo com que, por enquanto, apenas se sonha.
Essas inspirações e aspirações são o verdadeiro motor do espírito humano. Mas, se queremos abraçar as estrelas, não podemos perder os pés. Então vamos lá, para um fim de semana bem mais pé no chão. À exceção talvez dos benefícios de um eventual Programa Solar Brasileiro, que todos gostaríamos de ver implantado, todas as notícias referem-se a realizações bem mais práticas e imediatas. Isso é importante para nos lembrarmos que, se os sonhos nos guiam, vivemos mesmo é nas realizações que aquele mover e agir a que nos referíamos no boletim anterior nos proporciona.
E, falando em realizações, quero erguer um brinde aos dois pesquisadores brasileiros que foram agraciados com o Prêmio Ig Nobel. Não, não há nada ignóbil ou vergonhoso em receber esse Prêmio. Mesmo a festa de entrega conta todos os anos com a presença de vários ganhadores do Prêmio Nobel de verdade, aquele da academia sueca. E é realmente uma festa, um momento de descontração, em que os jalecos brancos são deixados no cabide e a ciência exercita a sábia virtude de rir de si mesma.
Sim, é engraçado falar sobre os buracos de tatu nos sítios arqueológicos, mas poucos se perguntam sobre todas as considerações que foram feitas até que os cientistas cheguem e anunciem datações de antigas civilizações. Nesse momento tudo parece muito romântico e "científico," mas só quem trabalha diretamente com o assunto sabe a quantidade de ítens que são considerados e calculados até que se chegue a uma única datação. E o mesmo acontece em todos os demais campos da ciência.
O lema do Prêmio Ig Nobel é "honrar façanhas que primeiro nos fazem rir e depois pensar." Astolfo Araújo e José Marcelino nos lembraram que a ciência é realmente apaixonante - afinal, quantas atividades podem ser tão desafiadoras e sérias a ponto de se tornarem divertidas e engraçadas?

Bom fim de semana.

Agostinho Rosa Editor

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