terça-feira, 13 de outubro de 2009

A tecnologia que afasta é (quase) a mesma que reúne

Preocupados com o distanciamento físico entre as pessoas, causado pelos relacionamentos virtuais, pesquisadores europeus estão desenvolvendo um conjunto de novas tecnologias cujo objetivo principal é melhorar a forma como as pessoas desenvolvem e mantêm seus relacionamentos interpessoais.

O nome do projeto é sugestivo: TA2, para representar o binômio Together Anywhere, Together Anytime - Juntos em qualquer lugar, juntos a qualquer momento.

Melhorar a comunicação em família

Embora o advento das modernas tecnologias de comunicação tenha permitido às pessoas realizar várias tarefas com facilidade e sem gastar muita energia, esta mesma tecnologia é muitas vezes apontada como a grande responsável pela redução do tempo que as pessoas gastam umas com as outras.

Por exemplo, em vez de um contato direto, pessoal, os adolescentes geralmente preferem ficar em casa jogando videogames, e uma mensagem de texto pelo celular pode substituir um encontro.

Os pesquisadores do projeto TA2 estão determinados a mudar esta tendência usando a própria tecnologia. Para isto, eles estão estudando como a tecnologia pode servir de apoio à comunicação entre grupos de pessoas, mais do que entre pessoas individuais.

O objetivo é criar tecnologias que ajudem as pessoas a cultivar e manter relacionamentos entre famílias.

Sem nostalgia

Em vez de defender um retorno nostálgico ao passado, os pesquisadores partem do princípio de que a realidade é que as pessoas estão em movimento constante, seja no carro, no trem ou em um avião. Para reuni-las, serão criadas salas virtuais para onde os grupos com interesses comuns - ou as famílias - poderão se dirigir facilmente, de qualquer loca, e com absoluta privacidade.

O primeiro protótipo foi demonstrado por pesquisadores do Instituto Fraunhofer, da Alemanha, durante a feira Consumer Electronics Unlimited, quando foram realizadas várias sessões de jogos em que os jogadores competiam uns contra os outros através da Internet. Em vez de afastar, o acesso ao jogo vai dar às pessoas a chance de "estarem" com seus amigos e com a família, apesar da distância.

Super codec

Os pesquisadores alemães também desenvolveram o mecanismo de áudio para o TA2, formado por componentes mutuamente ajustados que aumentam a qualidade do som e a clareza das transmissões de vídeo e teleconferências. De acordo com o pesquisadores, o seu codec de áudio MPEG Enhanced Low Delay AAC melhora o som, garantindo qualidade de alta-fidelidade, com retardo mínimo, mesmo com taxas de transferência muito baixas.

A tecnologia dispensa o uso de fones de ouvido, dando maior mobilidade aos usuários. E, graças ao sofisticado processamento de sinais, os usuários têm a sensação de estarem muito mais próximos uns dos outros do que realmente estão. Quando totalmente desenvolvido, o sistema será integrado em TVs e aparelhos de som comuns.

O projeto TA2 deverá conter todos os sensores avançados e o suporte necessário de tecnologia da informação para otimizar a atividade conjunta das pessoas, mas com atenção à privacidade total dos grupos familiares.

Pesos pesados

O consórcio é formado por seis indústrias e sete universidades e institutos de pesquisas. Os parceiros incluem Alcatel-Lucent Bell NV, na Bélgica, Philips na Holanda, IDIAP Research Institute, na Suíça e Goldsmiths e Universidade de Londres, no Reino Unido.

O trabalho deverá durar até 2012 e consumirá recursos de 12,8 milhões de euros.
Carro de corrida movido a chocolate vai correr na Fórmula 3


Automobilismo verde

Será que a ideia de uma corrida de automóveis totalmente "verde" e sustentável poderia funcionar na prática? De acordo com o engenheiro Kerry Kirwan, da Universidade de Warwick, na Inglaterra, a resposta é um sonoro Sim!

Kirwan chefiou uma equipe da Universidade de Warwick, na Inglaterra, que construiu um carro de corrida para a categoria Fórmula 3 que é totalmente sustentável.

Combustível de chocolate

O carro foi construído com tecidos de linho, fibras de carbono recicladas e resina reciclada. Uma parte do sistema de direção foi moldada com polpa de cenoura. Ele é alimentado por um biocombustível feito com chocolate e gorduras animais e todos os seus lubrificantes são feitos a partir de óleos vegetais.

Mas este não é um carro apenas ambientalmente correto. Ele é também muito rápido. O Fórmula 3 "verde" atinge uma velocidade máxima de 215 km/h e faz de 0 a 100 em menos de 3 segundos. Um turbo garante mais torque mais veículo.

Corridas verdes

Já tendo recebido a aprovação de pilotos como Lewis Hamilton e Adam Carrol, além de Ross Brawn, dono da equipe do piloto Rubens Barrichello, o novo carro fará sua estreia no próximo dia 17 de Outubro, durante a prova de Fórmula 3 que será disputada no circuito de Brands Hatch.

A equipe espera provar definitivamente que carros de alto desempenho e competitivos podem ser construídos inteiramente de materiais sustentáveis. "O objetivo deste projeto é mostrar caminhos para que no futuro, as pessoas possam correr de forma 'verde'," diz o Dr. Kirwan.
Depois dos biocombustíveis, vêm aí os biolubrificantes


Todas as máquinas que têm peças móveis, do motor do seu carro ao seu barbeador elétrico, exigem lubrificantes para funcionar de forma suave e duradoura.

Hoje, a maioria dos lubrificantes é feita com o chamado "óleo base", acrescido com aditivos para melhorar o desempenho em cada uso em particular. A demanda mundial por esses aditivos está na cifra das centenas de milhões de toneladas anuais.

Bioaditivos

Pesquisadores do Serviço de Pesquisas Agrícolas dos Estados Unidos anunciaram um método que pode libertar a fabricação desses aditivos da dependência dos derivados de petróleo.

Os novos bioaditivos são adequados para uso na formulação de graxas, óleos de motor e fluidos hidráulicos, de transmissão e para perfuração, de acordo com Sevim Erhan, coordenadora da pesquisa.

Os aditivos renováveis podem ser produzidos a partir das moléculas de gordura - triglicérides - presentes em óleos naturais de soja, milho ou canola, além de óleos extraídos de outras variedades vegetais menos conhecidas.

Excede as especificações

Além de serem totalmente biodegradáveis, o que facilitará seu descarte pós-uso, os bioaditivos poderão ser utilizados tanto em lubrificantes tradicionais, à base de petróleo, como em lubrificantes também de origem vegetal.

Os aditivos atenderam a todos os critérios-padrão exigidos dos aditivos, incluindo as capacidades antifricção, antidesgaste, viscosidade, liquidez, ponto de inflamação elevado e estabilidade sob temperaturas extremas.

Em testes de laboratório de pequena escala, feitos para avaliar o desgaste e o atrito mediante o uso dos bioaditivos, os pesquisadores verificaram que sua formulação à base de plantas tem desempenho igual ou superior aos aditivos à base de petróleo disponíveis comercialmente.