terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Agentes artificiais são usados para entender comportamento das multidões
As multidões não apavoram apenas os ditadores e os partidários dos regimes totalitários. O comportamento imprevisível dos grandes aglomerados de pessoas já causou tragédias em eventos esportivos, culturais e até em encontros religiosos.

Há anos os cientistas tentam entender como pessoas que aglomeram-se pacificamente dia após dia nas grandes cidades, nas ruas, nos metrôs e nos supermercados, de repente atingem um ponto sem retorno, explodindo em corridas desesperadas ou em comportamentos violentos.

A imprevisibilidade das multidões

Essa imprevisibilidade das multidões torna virtualmente impossível estudar esses fenômenos sociais - ou anti-sociais - e prevenir a ocorrência de novas tragédias.

"As multidões se formam no tempo e no espaço e apresentam padrões geométricos baseados em camadas sucessivas de interações humano-humano e humano-ambiente. Elas são quase impossíveis de se modelar realisticamente," diz o professor Paul Torrens.

Agentes artificiais

Agora, cientistas da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, estão utilizando conceitos aprimorados no campo da robótica e da inteligência artificial para tentar descobrir como uma multidão atinge o famoso ponto sem volta, irrompendo em violência ou em desespero.

Os pesquisadores estão desenvolvendo um mundo virtual capaz de abrigar "multidões sintéticas" formadas por milhares de agentes artificiais. Cada agente artificial possui um "cérebro" que permite que ele funcione como um indivíduo distinto dos demais agentes, mas interagindo, influenciando e sendo influenciado pelos demais.

Informações não-verbais

Uma das descobertas mais significativas feitas até agora, depois de analisados os comportamentos e as interações sociais e anti-sociais, é o papel preponderante da troca de informações não-verbais entre os indivíduos de uma multidão, através das expressões e da forma e do ritmo da locomoção dos diversos indivíduos.

Outra descoberta é o fenômeno da ampliação (scaling), por meio do qual as ações de um único indivíduo são capazes de modelar a dinâmica de toda a multidão.

Por exemplo, um único indivíduo assustado que começa a correr e parar de forma de forma aleatória, é capaz de formar ondas que se espalham pela multidão, potencialmente causando pisoteamentos e pânico geral.

Os pesquisadores esperam descobrir padrões no espalhamento desses comportamentos descontrolados, de forma a preveni-los, seja pela orientação aos indivíduos, seja pela otimização dos espaços públicos, dotando-os de elementos que anulem a disseminação do chamado "comportamento de manada."
Revestimento plástico evita corrosão mesmo quando danificado

Um risco na pintura de um carro novo é algo capaz de deixar irritado mesmo o mais desapegado dos consumidores. Fazer o risco desaparecer espontaneamente, quase num passe de mágica, poderia evitar toda essa irritação.


Mais do que isso, uma tecnologia assim poderia economizar milhões de reais todos os anos à indústria, onde a corrosão é o principal inimigo dos equipamentos e das ferramentas.

Revestimento anticorrosão

Pois é justamente isso o que fazem os novos revestimentos poliméricos que estão sendo desenvolvidos na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. Os pesquisadores estão criando revestimentos plásticos que protegem os metais da exposição aos efeitos ambientais e que se autoconsertam quando danificados.

Os novos revestimentos anticorrosão poderão ser usados para proteger uma infinidade de peças metálicas que hoje são protegidas por tintas, vernizes e até mesmo por revestimentos emborrachados mais grossos.

Autoconserto

O segredo do efeito quase mágico dos novos revestimentos é a sua capacidade de autoconsertar-se, fechando qualquer risco ou arranhão que a peça venha a sofrer antes que o fenômeno da corrosão possa se instalar.

O revestimento é formado por microesferas com 0,1 mm de diâmetro cada uma. Algumas delas possuem um catalisador armazenado em seu interior. Outras carregam um agente de cura. Os dois tipos de esferas podem ser dispersos na tinta, verniz ou outro tipo de material que se deseja aplicar à superfície metálica.

"Encapsulando tanto o catalisador quanto o agente de cura, nós criamos um sistema duplo que pode ser adicionado a virtualmente qualquer material de revestimento líquido," explica Braun.

Metal em água salgada

Quando o revestimento é riscado ou arranhado, as cápsulas se quebram, liberando seus conteúdos. O catalisador e o agente de cura entram em contato e reparam a área danificada em questão de minutos ou horas, dependendo das condições ambientais.

Para testar o novo revestimento anticorrosão, os pesquisadores usaram uma lâmina para riscar placas de aço com e sem a cobertura. A seguir essas placas foram mergulhadas em uma solução salina.

As placas sem o revestimento mostraram sinais de corrosão 24 horas depois do início do teste. As placas com o novo revestimento polimérico não mostraram nenhuma evidência de corrosão até 120 horas depois de mergulhadas na água salgada.